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UNIVAP - UESPI - Teresina

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

RISCOS DA EXPOSIÇÃO AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA


Vivaldo Xavier Silva Sousa

A exposição ao ruído no ambiente de trabalho tem se tornado um grande problema aos profissionais das áreas de saúde. Decisões são tomadas a todo momento, e que podem comprometer a vida pessoal dos indivíduos envolvidos, e o futuro das empresas e instituições de saúde.
Sabe-se que os níveis de ruídos nos diversos ambientes são a cada dia mais intensificados, tornando-se algo intolerável aos ouvidos humanos. Na atualidade uma das maiores queixas das equipes que trabalham dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva - UTI. O Pioneiro em atendimento de Terapia Intensiva no País foi o Hospital Sírio-Libanês que em 1971, ano que inaugurou a primeira unidade do gênero. Desde o principio até hoje nota-se que os níveis de ruídos dentro do ambiente da UTI só aumentaram e são extremamente desfavoráveis ao trabalho da equipe multiprofissional.
O Ruído se caracteriza por ser um fenômeno físico que, no caso da Acústica, indica uma mistura de sons, cujas freqüências não seguem uma regra precisa.


http://ovnihoje.com/2015/09/15/trombetas-do-apocalipse-mistificam-pessoas-em-jacarta-indonesia/

Muitos dos ruídos presentes nos Estabelecimentos de Assistência a Saúde - EAS,  provém mais do seu interior, do que de seu exterior, sendo as principais causas de ruído em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Apenas para citar algumas, barulhos de equipamentos e a conversação entre as equipes multiprofissionais. Nessas unidades muitos equipamentos são dotados de alarmes acústicos, essenciais para alertar os profissionais sobre mudanças nas condições clínicas de seus pacientes e/ou de mau funcionamento dos próprios aparelhos. Assim, esse, ambiente que deveria ser silencioso e tranqüilo, torna-se ruidoso e estressante, aumentando a ansiedade e até a percepção dolorosa, influindo no padrão do  sono e prolongando a recuperação dos pacientes, ao mesmo tempo que, pode interferir no desempenho das atividades próprias dos profissionais que ali as desempenham (PEREIRA ; TOLEDO, 2003).


http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Unidades+De+Terapia+Intensiva&lang=3

Segundo Posso,(1982) e Dias e Cordeiro (2006), a exposição ao ruído intenso e contínuo está associada a várias manifestações clínicas sistêmicas, tais como: elevação no nível geral de vigilância, aceleração da freqüência cardíaca e respiratória, alteração da pressão arterial e da função intestinal, dilatação das pupilas, aumento do tônus muscular, aumento da produção de hormônios tireoidianos e estresse.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR-10152, 1987 – Níveis de Ruído para Conforto Acústico, recomenda 35 a 45dB(A) como níveis aceitáveis para diferentes ambientes hospitalares. Estes limites são constantemente ultrapassados, gerando distúrbios fisiológicos e psicológicos, tanto nos pacientes como na equipe de saúde que atua em UTI.
Segundo Grumet (1993), o controle dos ruídos em UTI é considerado como uma prioridade, devendo assim, insistir em estudos que demonstrem a excessiva exposição a que estão sujeitos os indivíduos, a equipe e pacientes, a fim de prevenir alterações física, fisiológicas e psicológicas, além da poluição sonora, para que se avalie junto com a equipe e se promovam medidas que torne mais satisfatória a permanência dentro deste ambiente. Medidas simples como fechar as portas, diminuir o tom de voz e o som de telefones, podem reduzir consideravelmente os níveis de ruído (CORRÊA; ZAGO; POSSO e CRIOLLO, 2004; BENEDETT; FERRAZ e POSSO, 2010). Fiorini (2004) relata que a terceira maior poluição do mundo é a sonora, perdendo, apenas, para a poluição do ar e da água. Isto pode estar relacionado à presença marcante de ruído em atividades laborais e de lazer.
Um dos meios de identificação e mensuração dos níveis sonoros na UTI se faz por verificação da dosimetria que tem a finalidade de determinar os ruídos presentes no local. O dosímetro é um equipamento individual e portátil digital do tipo DOS-500 da marca INSTRUTHERM devidamente calibrado, para avaliar a intensidade do ruído na UTI o tempo que for necessário, com verificações a cada minuto em dBA.

DosímetroDOS-500.
Fonte :site de domínio público: http://www.instrutherm.com.br .

Segundo Pereira (2003), a discrepância entre os valores verificados e o recomendados é importante, porque o nível de pressão sonora em dB(A) é proporcional à intensidade sonora. Diante desses dados, o que merece destaque é que, segundo a lei da física acústica, um aumento de 10dB(A) reverte no dobro do valor da escala sonora subjetiva. Significa dizer que quando nos deparamos com valores de mais de 20 dB acima do recomendado pela literatura, há a comprovação de um incremento preocupante do nível de ruído.
Espera-se que este texto possa contribuir no ponto de vista técnico, crítico, acadêmico e profissional, para a importância de se corrigir os excessos no ambiente de UTI, evitando prejuízos importantes à saúde devido à exposição a elevados níveis de ruídos. A procura por descobertas que possam evitar essa problemática, seria a elaboração, construção e implantação de condições acústicas e arquitetônicas ideais para um ambiente saudável na UTI.
Destaca-se, nessa perspectiva a atuação do engenheiro biomédico na verificação e na elaboração de programas de conservações acústicas ideais na UTI para se evitar hábitos nocivos à audição.


REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Avaliação do Ruído para o conforto acústico. NBR-ABNT 10152 . Rio de Janeiro:ABNT, dez/1987.

CORRÊA, AL.; ZAGO, MBS; POSSO, MBS; CRIOLLO, CT. Mapeamento de Estudos sobre o risco potencial do ruído em Neonatos internados em Unidade de Cuidados Intensivos. Revista UniVap. v.11, n.20, p, 52-56, 2004.

PEREIRA, R.P.; TOLEDO, R.N.; AMARAL, J.L.G. do e GUILHERME, A. Qualificação e quantificação da exposição sonora ambiental em uma unidade de terapia intensiva geral. Rev. Bras. Otorrinolaringol. v.69 n.6, São Paulo nov/dez. 2003.


POSSO,MBS O ruído emitido por aparelhos usados nas salas de operações: estudo preliminar sobre as alterações físicas, fisiológicas e psicológicas nos componentes da equipe cirúrgica. Rev.Esc. Enferm. USP, v.16, n. 2,p 225-40, 1982.

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