Andrea Maria de Sousa Lopes
O câncer é
atualmente considerado um dos grandes problemas de saúde mundial e é a segunda
causa de morte no mundo. Nos últimos anos o câncer tem chamado à atenção na
saúde pública, aumentando a preocupação destes profissionais a esta enfermidade.
O estudo da estrutura
química das células cancerígenas é de extrema importância para a sua
identificação e possibilitando o diagnóstico por técnicas alternativas.
A espectroscopia Raman fornece
informações sobre a estrutura química de diversos materiais, desde cristais a
materiais biológicos. A técnica consiste em avaliar a diferença de energia de
um feixe de luz monocromático, como laser, antes e após interagir
com a amostra (citar Canal ciência). Ao interagir com as moléculas da amostra,
os fótons do laser poderão induzir a vibração dessas
moléculas, que, por sua vez, espalharão esses fótons modificando a sua energia.
A variação de energia dos fótons incidentes e dos fótons espalhados é conhecida
como efeito Raman, o qual foi observado pela primeira vez em 1928, pelo físico
indiano Chandrasekhara Raman (1888-1970), que recebeu o prêmio Nobel de Física
em 1930 por essa observação (canalciencia@ibict.br).
Como cada estrutura molecular possui
uma energia específica de vibração quando excitada por um feixe de luz, a
espectroscopia Raman tem se mostrado uma poderosa ferramenta na identificação e
quantificação de moléculas presentes em uma amostra a ser analisada. Assim, a
espectroscopia Raman é útil para um vasto número de aplicações, sendo requerida
em estudos analíticos nas áreas de química, biologia, geologia, farmacologia e
física de estado sólido, entre outras. Nas áreas biológicas, a espectroscopia
Raman tem sido usada na identificação e quantificação de biomoléculas presentes
no sistema estudado[1]
No Brasil, o câncer de mama é o
mais incidente em mulheres, excetuando-se os casos de pele não melanoma,
representando 25% do total de casos de câncer no mundo em 2012, com
aproximadamente 1,7 milhão de casos novos naquele ano. É a quinta causa de
morte por câncer em geral (522.000 óbitos) e a causa mais frequente de morte
por câncer em mulheres [2].
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com
comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada
pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas
genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O
espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui
hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in
situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ducal infiltrante
é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos(canalciencia@ibict.br).
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea (http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_controle_cancer_mama/conceito_magnitude). A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial
apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por
câncer na população feminina brasileira, com 12,66 óbitos/100.000 mulheres em
2013 [4].
As
regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 14,25 e
13,70 óbitos/100.000 mulheres em 2013, respectivamente. Como mostra a tabela a
seguir, o Brasil apresenta valores intermediários no padrão de incidência e
mortalidade por câncer de mama. Cabe destacar que, proporcionalmente, as
diferenças entre as taxas de incidência e mortalidade nos países desenvolvidos
são maiores, sugerindo maior alcance das ações de rastreamento em diagnosticar
precocemente a doença e acesso aos avanços no tratamento.
Taxas de incidência e mortalidade por
câncer de mama, por 100.000 mulheres, em países selecionados, 2012
Região\País
|
Incidência
|
Mortalidade
|
||
Taxa Bruta
|
Taxa Padronizada
|
Taxa Bruta
|
Taxa Padronizada
|
|
Finlândia
|
162,9
|
89,4
|
31,3
|
13,6
|
Reino Unido
|
164,5
|
95,0
|
36,7
|
17,1
|
Espanha
|
106,6
|
67,3
|
25,7
|
11,8
|
Estados Unidos
|
145,6
|
92,9
|
27,5
|
14,9
|
Canadá
|
134,1
|
79,8
|
28,2
|
13,9
|
Austrália
|
128,0
|
86,0
|
25,7
|
14,0
|
Japão
|
85,9
|
51,5
|
21,3
|
9,8
|
Paraguai
|
37,1
|
43,8
|
13,0
|
15,6
|
Bolívia
|
15,7
|
19,2
|
5,8
|
7,2
|
Zâmbia
|
11,9
|
22,4
|
5,9
|
1,1
|
Brasil *
|
66,8
|
59,5
|
16,3
|
14,3
|
Brasil (dados oficiais) **
|
56,1
|
-
|
13,5
|
12,1
|
Fonte:Globocan.IARC(WHO),2012.
* Os dados do Globocan são diferentes dos dados das fontes nacionais por diferenças metodológicas no cálculo das taxas.
** Referem-se à estimativa de incidência para 2014/2015 (INCA, 2014) e à taxa de mortalidade do ano de 2012 (Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde).
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2013, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 12,9%. Neste ano, os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,6%), seguidos pelos Sul (15,3%) e Nordeste (14,9%) [6].
* Os dados do Globocan são diferentes dos dados das fontes nacionais por diferenças metodológicas no cálculo das taxas.
** Referem-se à estimativa de incidência para 2014/2015 (INCA, 2014) e à taxa de mortalidade do ano de 2012 (Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde).
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2013, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 12,9%. Neste ano, os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,6%), seguidos pelos Sul (15,3%) e Nordeste (14,9%) [6].
Ampère incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, com exceção de países da Ásia [5]. A mortalidade também aumenta progressivamente com a idade, conforme dados para o Brasil apresentados a seguir [6]. Na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 20 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco é mais do que o dobro.
Taxas de mortalidade por câncer de mama feminina, específicas por faixas etárias, por 100.000 mulheres. Brasil, 1990 - 2012
Fonte: Sistema de Informação de
Mortalidade/DATASUS
A falta de métodos diagnósticos
rápidos e precisos causa desconforto e muitas complicações para os pacientes,
pois atualmente, o screnning para detecção precoce do câncer de mama é
realizado pela combinação do exame físico e mamográfico, e para confirmar o
diagnóstico são necessários métodos que conciliem a histopatologia com a
técnica de biópsia, essas técnicas apresentam uma acurácia operador dependente,
podendo resultar em um falso-positivo ou falso-negativo em alguns casos (http://www.uscs.edu.br/simposio_congresso/congressoic/trabalhos.php?id=0182&area=Biol%F3gicas).
O estudo da estrutura
química das células cancerígenas é de extrema importância para a sua
identificação (possibilitando o diagnóstico) e para a avaliação de técnicas de
tratamento. Nessa óptica, a
espectroscopia Raman vem se tornando uma ferramenta importante e versátil para
análise de tecidos biológicos, inclusive com intuito de diagnosticar o câncer.[1]
A espectroscopia Raman se trata de uma técnica que usa uma fonte de laser, que
ao atingir um objeto, é espalhada por ele, gerando luz de mesma energia ou de
energia diferente da incidente. No primeiro caso, o espalhamento é chamado de
elástico e não é de interesse, este é o chamado espalhamento Rayleigh[7]. Entretanto, o mais importante é o efeito inelástico
(segundo caso), também conhecido como efeito Raman, que possibilita obter
muitas informações importantes sobre a composição química do objeto em análise
a partir dessa diferença de energia. Isto gera uma assinatura da composição
química de cada material irradiada, também conhecido como fingerprint[7]. Segundo Michael Morris, professor de química da Universidade de
Michigan nos Estados Unidos, "O
Raman dá a você as 'impressões digitais' da molécula", explica.
"Quando há uma doença, a composição química pode ser ligeiramente anormal
ou muito anormal, dependendo da doença.".[1]
Na prática, um feixe de radiação laser de baixa potência é usado para
iluminar pequenas áreas do objeto de interesse e ao incidir sobre a área
definida, é espalhado em todas as direções, sendo que uma pequena parcela dessa
radiação é espalhada inelasticamente, isto é, com frequência (ou comprimento de
onda) diferente da incidente (E = hν ou E = h.c.λ-1). O espalhamento inelástico
pode ser subdividido em dois tipos: Stokes e anti-Stokes. O efeito Stokes
ocorre quando as moléculas recebem a energia no seu estado fundamental, e o
anti-stoke a molécula já está em estado excitado. [7] Efeito Raman também gera três modelos
vibracionais nas moléculas: bend,symmetric or asymmetric strech;[7] Sendo o número de modelos vibracionais
traduzidos pelas seguintes fórmulas matemáticas:3n-6 para moléculas não
lineares, por exemplo: água (H2O) e 3n-5 para moléculas lineares, por
exemplo gás carbônico (CO2), sendo n representa número de átomos da
molécula.
A banda de deslocamento Raman, a
diferença de energia entre a incidida e a espalhada, é tipicamente descrita
como wavenumber. A unidade mais usada é 1/cm, isso é equivalente a joule
dividido por fator de conversão (hc), onde h é constante de Planck e c é a velocidade da luz.[7]
Caso seja utilizado um microscópio
óptico convencional no qual a objetiva tanto serve para focalizar o feixe
incidente na amostra quanto para coletar a radiação que é espalhada por ela,
tem-se a Microscopia Raman, a qual permite o estudo de áreas de até 1 μm (10-6
m)de diâmetro. O interessante é que a diferença de energia entre a radiação
incidente e a espalhada corresponde à energia com que átomos presentes na área
estudada estão vibrando e essa frequência de vibração permite descobrir como os
átomos estão ligados, ter informação sobre a geometria molecular, sobre como as
espécies químicas presentes interagem entre si e com o ambiente, entre outras
coisas. É por esse motivo que essa ferramenta é tão poderosa, permitindo
inclusive a diferenciação de polimorfos, isto é, substâncias que tem diferentes
estruturas e, portanto, diferentes propriedades, apesar de terem a mesma
fórmula química, como o massicote e litargírio, ambos óxidos de chumbo (PbO)
porém com diferentes estruturas cristalinas (ortorrômbica e tetraédrica, respectivamente).
Como não há somente um tipo de
vibração, uma vez que geralmente as espécies químicas presentes são complexas,
a radiação espalhada inelasticamente é constituída por um número muito grande
de diferentes freqüências (ou componentes espectrais) as quais precisam ser
separadas e ter sua intensidade medida. Cada espécie química, seja um pigmento,
corante, substrato, aglutinante, veículo ou verniz, fornece um espectro que é
como sua impressão digital, permitindo sua identificação inequívoca ou, por
exemplo, a detecção de alterações químicas decorrentes de sua interação com
outras substâncias ou com a luz.
Espectro Raman de células de câncer
de mama de camundongo. |
A análise por Espectroscopia
Raman é feita sem necessidade de preparações ou manipulações de qualquer
natureza, como pulverização por exemplo. Quando a amostra é muito grande, ela
pode ser examinada através de um sistema especial de lentes ou através de fibras
ópticas. Atualmente são comercializados tanto microscópios Raman dedicados
quanto equipamentos convencionais que podem ter o microscópio como acessório e
em ambos os casos a utilização de fibras ópticas é um recurso essencial quando
o objeto analisado é muito grande para caber no compartimento de amostras ou
quando seu transporte até o laboratório não é possível.
A espectroscopia de Raman é
comumente utilizada em química, visto que a informação vibracional é específica
para as ligações químicas e simetria de moléculas. Por
conseguinte, proporciona uma impressão digital através da qual a molécula pode
ser identificada. Por exemplo, as frequências de vibração de SiO, Si 2 O 2 ,
e Si 3 O 3 foram identificadas e
caracterizadas com base em análises de coordenadas normais utilizando espectros
de infravermelho e Raman. [ 7 ] A região de
impressão digital de moléculas orgânicas é no ( número de onda )
variam 500-2000 cm -1 . Outra forma que a técnica é
utilizada é a de estudar alterações nas ligações químicas, como quando um
substrato é adicionado a uma enzima.
Este efeito vem sendo utilizado em
várias áreas de interesse tais como: detecção de narcóticos e explosivos em
aeroportos, caracterização de artefatos arqueológicos, análise de fluídos
corpóreos em investigações forenses e também como ferramenta de pesquisa de
vida em Marte.[7]
Área Química
Na química de estado sólido e a
indústria bio-farmacêutica, a espectroscopia de Raman pode ser usada para
identificar não só (ID) ingredientes farmacêuticos activos (API), mas no caso
de várias formas polimórficas, isto também pode ser utilizado para identificar
a forma polimórfica da API. Por exemplo, existem quatro formas
polimórficas diferentes da API ( aztreonam ) na Cayston ,
um medicamento comercializado pela Gilead Sciences para fibrose
cística . Tanto a espectroscopia de infravermelho como de Raman podem
ser utilizadas para identificar e caracterizar o API, que é usado na formulação
de Cayston . Em formulações bio-farmacêuticas, deve-se usar não
só a molécula correta, mas a forma polimórfica correta, como diferentes formas
polimórficas têm diferentes propriedades físicas, por exemplo, a solubilidade,
ponto de fusão, espectros de Raman e / infravermelhos.
Vários projetos de investigação
demonstraram o uso da espectroscopia Raman como um meio para
detectar explosivos usando feixes de laser a uma distância segura. [ 7 ]
Área Física
Em física do estado sólido,
espectroscopia Raman espontâneo é usada para, entre outras coisas, caracterizar
materiais, medir temperatura , e encontrar a orientação
cristalográfica de uma amostra. Tal como acontece com moléculas
individuais, um determinado material sólido tem características fônons modos
que podem ajudar um experimentador a identificá-lo. Além disso, a
espectroscopia de Raman pode ser utilizada para observar outras excitações de
baixa frequência dos sólidos, tais como plasmons, magnons,
e gap supercondutor excitações. O sinal de Raman espontâneo dá
informação sobre a população de um determinado modo de fonão da relação entre o
Stokes (downshifted) intensidade e anti-Stokes (upshifted) intensidade.
Espalhamento Raman por uma
anisotrópica cristal dá informações sobre a orientação de
cristal. A polarização da luz difusa de Raman no que diz
respeito ao cristal e a polarização da luz de laser pode ser utilizado para
encontrar a orientação do cristal, se a estrutura do cristal (para ser
mais específico, o seu grupo de pontos ) é conhecido.
A espectroscopia de Raman é a
base para a detecção de temperatura distribuída (DTS) ao longo de
fibras ópticas, que utiliza a retrodifusão em Raman deslocado de impulsos de
laser para determinar a temperatura ao longo de fibras ópticas.
Fibras ativas Raman, tais
como aramida e carbono,
têm modos de vibração que mostram uma mudança na frequência Raman com tensão
aplicada. Polipropileno fibras
também apresentam mudanças semelhantes. O modo de respiração radial é uma
técnica utilizada para avaliar o diâmetro dos nanotubos de carbono. Em
nanotecnologia, um microscópio de Raman pode ser utilizado para analisar os
nanofios e compreender melhor a composição das estruturas.
Área Biomédica
Espectroscopia Raman
espacialmente deslocamento (SORS), que é menos sensível do que a
superfície camadas de Raman convencional, pode ser utilizado para
descobrir fármacos falsificados sem abertura das respectivas
embalagens, e para monitorização não invasiva de tecido biológico. [7] A
espectroscopia de Raman pode ser utilizada para investigar a composição química
de documentos históricos, como o Livro de Kells e contribuir para o
conhecimento das condições sociais e económicas, no momento, que os documentos
foram produzidos. [7]Isto é especialmente útil porque a espectroscopia
Raman oferece um modo não-invasivo para determinar o melhor curso
de preservação ou conservação de tratamento para tais
materiais.
O espalhamento inelástico também
pode ser utilizado na área biomédica, pois permite caracterização dos
componentes celulares normais e alterados, podendo identificar núcleos,
nucléolos, organelas, e tecidos patológicos como: desorganização epitelial,
tanto na sua arquitetura ou orientação celular bem como composição bioquímica.[7]
Portanto, é uma arma importante
para diagnóstico de lesões neoplásicas, e atualmente as assinaturas bioquímicas
de alguns tipos de câncer já
foram estabelecidas e vêm sendo utilizadas na prática clínica, podemos citar:
Câncer de pulmão, cervix uterino, cólon retal, esôfago, tireoide, pele.[7]
Analisadores de gases Raman tem
muitas aplicações práticas. Por exemplo, eles são utilizados na medicina
para a monitorização em tempo real de misturas de gases anestésicos
respiratórios e durante a cirurgia.
Espectroscopia Raman também tem
sido utilizada para confirmar a previsão da existência de fonões de baixa
frequência [7] em proteínas e DNA, estimulando grandemente
os estudos de baixa frequência de movimento coletivo em proteínas e DNA e
as suas funções biológicas. [ 7 ]
Moléculas repórter Raman
com olefinas ou alcino porções estão a ser desenvolvidos
para permitir a imagiologia do tecido com SERS marcado com anticorpos.
[ 7 ]
A espectroscopia Raman também tem
sido usada como uma técnica não-invasiva para em tempo real, na caracterização
bioquímica de cura de feridas in situ e análise multivariada dos espectros
Raman permitiu uma medida quantitativa do progresso da ferida na
cicatrização. [ 7 ] A espectroscopia Raman tem,
ainda, uma vasta utilização em estudos
de biominerais.
Microespectroscopia
Espectroscopia Raman oferece
várias vantagens para microscópica análise. Uma vez que é uma
técnica de espalhamento, as amostras não precisam ser fixas ou seccionadas. Os
espectros de Raman podem ser recolhidos a partir de um volume muito pequeno
(<1 um de diâmetro); estes espectros permitem a identificação de
espécies presentes nesse volume. Água geralmente não interfere com a
análise espectral Raman. Assim, a espectroscopia de Raman é adequada para
o exame microscópico de minerais , materiais tais como polímeros e
cerâmicas, células , proteínas e vestígios de provas
forenses. Um microscópio de Raman começa com um microscópio
óptico comum, e adiciona um laser de excitação, um monocromador, e um
detector sensível (tal como um dispositivo de carga acoplada (CCD),
ou fotomultiplicador tubo (PMT)). FT-Raman também tem sido
utilizado com microscópios. Microscópios ultravioleta e óptica UV
melhorada devem ser usados quando uma fonte de laser de UV é usada para
microespectroscopia Raman. [7]
Na imagem
direta , todo o campo de visão é examinado para dispersar sobre uma pequena
gama de números de onda (Raman muda). Por exemplo, um número de onda
característico para o colesterol pode ser utilizado para registar a
distribuição de colesterol dentro de uma cultura de células.
A
outra abordagem é imagem hiperespectral ou imagem
química , em que milhares de espectros Raman são adquiridos de todo o
campo de visão. Os dados podem então ser usados para gerar imagens que
mostram a localização e quantidade de componentes diferentes. Tomando como
exemplo a cultura de células, uma imagem hiperespectral poderia mostrar a
distribuição de colesterol, bem como proteínas, ácidos nucleicos, e ácidos
gordos. Técnicas de sinalização e de processamento de imagens sofisticadas
podem ser usadas para ignorar a presença de água, meios de cultura, tampões, e
outras interferências.
Microscopia
de Raman, e em particular, microscopia confocal, tem alta resolução
espacial. Por exemplo, as resoluções foram laterais e profundidade de 250
nm e 1,7 mm, respectivamente, usando um microespectrômetro de Raman confocal
com a linha de 632,8 nm de um laser de hélio-néon com um orifício de
100 um de diâmetro. Uma vez que as lentes objetivas de microscópio focarem
o feixe de laser para vários micrômetros de diâmetro, o fluxo de fótons resultante
é muito mais elevado do que os obtidos em instalações convencionais de
Raman. Isto tem a vantagem de uma maior extinção da fluorescência. No
entanto, o elevado fluxo de fótons pode também causar degradação da amostra, e
por esta razão algumas configurações necessitam de um substrato termicamente
condutor (que atua como um dissipador de calor), a fim de atenuar este
processo.[7]
Outra
abordagem chamada de imagem Raman mundial [7] usa
imagens monocromáticas completas em vez de reconstrução de imagens de espectros
adquiridos. Esta técnica está sendo utilizada para a caracterização de
dispositivos de grande escala, mapeamento de diferentes compostos e estudo
dinâmico. Ele já tem sido utilizado para a caracterização
de grafeno camadas,[7]corantes dentro
J-agregados nanotubos de carbono [7] e vários outros
materiais 2D como MoS2 e WSe2. Uma vez que o feixe de excitação
é disperso ao longo de todo o campo de visão, estas medições podem ser feitas
sem danificar a amostra.
Microscopia
Raman para os espécimes biológicas e médicas geralmente usa infravermelho
próximo (NIR) lasers (785 diodos nm e 1064 nm Nd: YAG são
especialmente comuns). Isto reduz o risco de danificar a amostra mediante
a aplicação de comprimentos de onda mais elevados de energia. No entanto,
a intensidade da NIR Raman é baixa (devido à ω 4dependência de
espalhamento Raman intensidade), e a maioria dos detectores requerem tempos de
coleta muito longos. Recentemente, detectores mais sensíveis tornaram-se
disponíveis, tornando a técnica mais adequada para uso geral. Microscopia
Raman de espécimes inorgânicos, tais como pedras e cerâmicas e polímeros, pode
usar uma ampla gama de comprimentos de onda de excitação. [7]
Microscopia
confocal de Raman
A
microscopia confocal de Raman refere-se à capacidade de filtrar o volume
espacialmente na análise da amostra, no XY (lateral) e Z (profundidade) dos
eixos. Para um design confocal de verdade, os limites de resolução
espacial são definidos principalmente pelo comprimento de onda do laser e a
qualidade do feixe de laser que é usado e do tipo de objeto microscópio selecionado
e assim por diante. Para a mais alta resolução espacial, um bem adaptado
alta ampliação da objetiva e visível excitação laser, muitas vezes, produzem os
melhores resultados. Resolução espacial típica é da ordem de 0,5-1. [7]
O
primeiro microscópio confocal foi inventado em 1955 e patenteado em 1957 por
Marvin Minsky, estudante de pós-doutorado da Universidade de Harvard (USA).
A microscopia
confocal pode ser associada a diferentes técnicas, tais como: Absorção,
Reflexão, Transmissão, Emissão, Fotoluminescência, Fluorescência ou
Espectroscopia Raman.[7]
A sonda
Microscópica Confocal é composta por fibras, lentes, espelhos, câmera e por uma
objetiva. As fibras são responsáveis por guiar o laser até a sonda e também
levar o sinal espalhado da amostra até o espectrômetro. As lentes e os espelhos
são necessários para fazer o caminho óptico dentro do microscópio e o acoplamento
dos sinais nas fibras e objetiva. A câmera serve para visualizar a superfície
da amostra em análise. [7]
O laser
de titânio safira também é utilizado na espectroscopia do Raman dispersivo por
fibra óptica com comprimento de onda de 785 nm, permite uma boa penetração da
luz na pele, minimiza a fluorescência e não causa qualquer degradação térmica
ou fotoquímica. A potência do laser focalizada sobre a amostra deve ser mantida
a 50 mW, o que não destrói amostras biológicas. [7]
A junção
do microscópio confocal ao sistema Raman, permite em tempo real e com elevada
especificidade, detectar alterações bioquímicas presentes em tecidos vivos, sem
a necessidade de dissecação. Com isso, o espectro obtido fornece informações
moleculares sobre a composição estrutural e bioquímica da amostra em estudo,
assim fornecendo espectros característicos que podem ser utilizados tanto
para fins diagnósticos como terapêuticos. [7].
Um exame com raios laser, que
poderia ser realizado com aparelhos portáteis, poderá vir a substituir outros
tipos de exames no futuro, oferecendo a médicos uma alternativa mais eficaz
para o diagnóstico de doenças. A técnica de espectroscopia Raman pode ser útil
na identificação de sinais iniciais de câncer de mama, cáries e osteoporose,
entre outros males.
A espectroscopia mede a intensidade
e comprimento das ondas de luz dispersadas por moléculas e já é usada nas
indústrias química e farmacêutica, e agora pesquisadores britânicos e
norte-americanos estão investigando formas de usar o método no diagnóstico de
doenças. A espectroscopia Raman poderá
também ser usada como alternativa para a mamografia, exame usado para detectar
sinais de câncer de mama, pois tal técnica poderá revelar tumores benignos ou
malignos, dependendo das alterações na estrutura das proteínas e nas
quantidades relativas de proteínas, gorduras e ácidos nucleicos no tecido.
Os estudiosos acreditam que o sistema, mais
rápido, preciso e barato do que os convencionais, pode estar disponível para
esse uso dentro de cinco anos.
Referências
1.SILVA; Sebastião William da; VELOSO; Aline Bessa. Uso da técnica SERS para distinção entre células sadias e de câncer de mama e para avaliação dessas células após Terapia Fotodinâmica: um estudo in vitro. Instituto de Física; Universidade de Brasília, 2012.
2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. International Agency for Research on Cancer.Globocan2012.
3. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2016. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015.
3. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2016. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015.
4. INSTITUTO
NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Atlas da
Mortalidade. Disponível em: http://mortalidade.inca.gov.br/Mortalidade/. Acesso
em: 11/11/2015.
5. ADAMI H., HUNTER, D. e TRICHOPOULOS, D. (editores) Testbook of Cancer Epidemiology. 2nd ed.: Oxford University Press, 2008.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Informática do SUS (Datasus). Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205 Acesso em: 11/12/2014.
5. ADAMI H., HUNTER, D. e TRICHOPOULOS, D. (editores) Testbook of Cancer Epidemiology. 2nd ed.: Oxford University Press, 2008.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Informática do SUS (Datasus). Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205 Acesso em: 11/12/2014.
7. FARIA, Dalva L. A. de. O que é Microscopia Raman, Boletim da Sociedade Brasileiira de Microscopia e
Microanálise, Ano 10, fevereiro-março de 2007, p. 6-8.
(http://www.sbmm.org.br/upload_arquivos/boletim_6_fevereiro_marco_2007.pdf
Quem escreveu o texto?
ResponderExcluirEste exame detecta se a pessoa tá com dermatite atopica.
ResponderExcluir