UTILIZAÇÃO BIOMATERIAIS SINTÉTICOS
NO PROCESSO DE REPARO DO TECIDO ÓSSEO
David Reis Moura
A forma mais
realizada de tratamento ortopédico para as fraturas ósseas consiste na enxertia
autóloga. No entanto, essa técnica está relacionada com uma baixa aceitação
pelo paciente, disponibilidade limitada de material, complicações cirúrgicas e
morbidade da área doadora. Dessa forma, a bioengenharia tecidual vem estudando
biomateriais sintéticos na escala manométrica com o intuito de assistir e
acelerar a regeneração e o reparo de tecidos defeituosos ou danificados. Dentre
esses materiais, os mais utilizados são os nanotubos de carbono e a
nanohidroxiapatita (MOREIRA
et al, 2014; FOOK, APARECIDA & FOOK, 2010).
Os nanotubos de carbono (carbono nanotubes – CNTs)
são formados de arranjos hexagonais de carbono que originam pequenos cilindros. Apesar de não se saber ao certo o efeito da citotoxicidade destes
materiais, uma grande frente de pesquisadores acredita que eles possam ser
biocompativeis. Por isso eles são elementos bastante utilizados na engenharia
de tecidos, pois reforçam as propriedades mecânicas de compósito. Aliado às
propriedades mecânicas, elétricas e térmicas excelentes, este materiais podem
ser utilizados em revestimentos de superfície ou como arcabouço para o
crescimento e a proliferação de osteoblastos, facilitando a regeneração óssea (NEWMAN
et al., 2013; MATSUOKA et al., 2010).
Figura
1: Estrutura dos CNTs (a: parede simples, b: parede dupla).
Fonte: MARSI, T. C. D. O., 2012
A nanohidroxiapatita (nHAp)
é outro biomaterial muito utilizado na regeneração óssea, pois apresenta
características químicas e arquitetônicas semelhantes ao fosfato de cálcio, que
é o principal componente inorgânico do tecido ósseo. Além disso, a nHAP
apresenta bioatividade, biocompatibilidade, osteocondutividade e biodegradação,
permitindo a proliferação celular e o crescimento ósseo. No entanto, a nHAp
apresenta desvantagem biomecânica no que diz respeito à resistência ao desgaste
e fragilidade. Para melhorar essas propriedades pesquisadores
têm adicionado CNTs durante a síntese de nHAp (MUKHERJEE et al., 2014; ZHAO
et al., 2014).
Figura 2: Estrutura da hidroxiapatita ao
longo do eixo c.
Estudos in vitro já demonstraram que a
utilização do compósito nHAp/CNT apresenta biocompatibilidade e osteoindução.
Porém, faz-se necessário a aplicabilidade desses compósitos in vivo, a fim de investigar a
aplicabilidade prática desses elementos na reparação do tecido ósseo. Dessa forma, a utilização do compósito
nHAp/NTC é promissor para o processo de reparo do osso, contudo, é necessário a
investigação sobre qual concentração de NTC associada a nHAp torna o compósito
mais efetivo.
REFERÊNCIAS
FOOK,
A. C. B. M.; APARECIDA, A. H.; FOOK, M. V. L. Desenvolvimento de biocerâmicas
porosas de hidroxiapatita para utilização como scaffolds para regeneração
óssea. Revista Matéria, v 15, p 392-399, 2010;
MATSUOKA, M. et al. Strong adhesion of Saos-2 cells to
multi-walled carbon nanotubes. Materials Science and Engineering: B, v. 173, n. 1–3, p. 182-186, 10/15/ 2010;
MOREIRA, R. et al. Aspecto radiológico e macroscópico de matriz óssea mineralizada
heteróloga fragmentada e polimetilmetacrilato autoclavados em falha óssea de
tíbia de coelho. Pesq. Vet. Bras, v 34, p 173-178, 2014;
MUKHERJEE, S. et al. Improved properties of hydroxyapatite–carbon
nanotube biocomposite: Mechanical, in vitro bioactivity and biological studies.
Ceramics International, v. 40, n. 4,
p. 5635-5643, Mai 2014;
NEWMAN, P. et al. Carbon nanotubes: Their potential na
pitfalls for boné tissue regeneration and engineering. Nanomedicine: Nanotechnology, Biology, and Medicine, v 9, p
1139-1158, 2013;
ZHAO, Q. et al. Effect of carbon nanotube addition on
friction coefficient of nanotubes/hydroxyapatite composites. Journal of Industrial and Engineering
Chemistry, v. 20, n. 2, p. 544-548, 3/25/ 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário