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UNIVAP - UESPI - Teresina

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE EM ATLETAS COM LESÃO MUSCULAR

   Lízia Daniela e Silva Nascimento


A eletromiografia de superfície tem grande importância clínica e utilidade nas pesquisas em engenharia biomédica. É uma técnica que capta a atividade elétrica promovida pelo recrutamento das unidades motoras, produzindo uma correlação entre o número de unidades ativadas e a força muscular, apresentando, assim, uma maior especificidade no tratamento de lesões musculares em atletas.
As lesões musculares são bastante comuns em atletas, fato que estimula os pesquisadores na utilização da eletromiografia como meio de evidenciar se a terapêutica adotada para recuperação está sendo eficaz ou não.
Barroso e Thiele (2011) afirmam que a maioria das lesões ocorre por alongamento excessivo ou trauma direto no ventre muscular. Algumas estratégias de prevenção de lesões têm sido postuladas para serem adotadas antes dos treinos tais como aquecimento, alongamento ativo e alongamento passivo, porém há pouca evidência sobre o real efeito benéfico dessas medidas na redução da incidência de lesões.
A lesão esportiva, em geral, é descrita como afecção musculoesquelética, dor ou incapacidade para treinos e/ou competições. Dentre as alterações musculoesqueléticas, estão incluídas as fraturas, luxações, distensões musculares e entorses, que em sua maioria estão diretamente relacionadas com erros de técnica, alongamento e aquecimento insuficientes, além do uso de equipamentos inadequados e falta de acompanhamento por profissionais qualificados. (PURIM et al, 2014).
As alterações que se apresentam na musculatura após uma lesão, indiferente ao tipo de lesão sofrida seguem sempre um mesmo padrão que podem ser didaticamente divididas em três etapas: destruição, reparo e remodelamento. A fase de destruição é caracterizada pela ruptura e necrose das fibras musculares, seguida pela formação de um hematoma entre os cotos musculares rompidos e, logo após, ocorre a reação de células inflamatórias (BARROSO; THIELE, 2011).
A lesão muscular causada por uma contusão pode apresentar características diferentes, de acordo com o estado do músculo no momento do trauma, se contraído ou relaxado. Estando o músculo contraído a lesão é superficial, pois a energia absorvida pela musculatura não atravessa todas as camadas, enquanto no músculo relaxado mais camadas são atingidas, pois a força é transmitida até o osso pelas camadas musculares (BARROSO; THIELE, 2011).
A propriocepção é o mecanismo de percepção espacial que ocorre pela comunicação dos receptores aferentes presentes em articulações, músculos, tendões e cápsulas articulares com o sistema nervoso central, induzindo este a promover o reajuste necessário para a manutenção do equilíbrio e realização adequada dos movimentos. Na ocorrência de lesões musculoesqueléticas, as informações enviadas pelos receptores aferentes serão modificadas, alterando, assim, a interpretação e a velocidade das respostas neuromusculares (MARTINS et al, 2014).
Eletromiografia é definida como o re­gistro extracelular da atividade bioelétrica gerada pelas fibras musculares. Pode ser realizada por meio de agulha, que capta a atividade elétrica de poucas unidades motoras; ou por meio de eletrodo de super­fície, que mensura a atividade elétrica de várias unidades motoras ao mesmo tempo. Além de detectar a ativação muscular, essa técnica possibilita uma boa correlação entre o número de unidades motoras ativadas e a força muscular (RESENDE et al, 2011).
A Eletromiografia tem como objetivo analisar a atividade muscular averiguando o sinal elétrico que emana do músculo e permitindo o registro do potencial de ação da unidade motora. Constitui uma técnica de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis, representando a medida dos potenciais de ação do sarcolema, como efeito de voltagem em função do tempo. O sinal emitido pelo eletromiógrafo é o resultado da somação algébrica de todos os sinais detectados em certa área, podendo ser afetados por propriedades musculares, anatômicas e fisiológicas, bem como pelo controle do sistema nervoso periférico e a instrumentação utilizada para a aquisição dos sinais (SANTANA et al, 2013).
A Eletromiografia de Superfície (EMGS) destina­-se ao estudo dos fenômenos bioelétricos que ocorrem nas fibras musculares esqueléticas durante o repouso, o esforço e a contração máxima. São colocados eletrodos sobre a pele que recobre o músculo a ser avaliado, os quais captam a soma da atividade elétrica de todas as fibras musculares ativas. Caracteriza-se por ser não inva­sivo e de fácil execução, permitindo a observação do comportamento eletrofisiológico de diversos músculos em diferentes condições fisiológicas (NASCIMENTO et al, 2012).
A eletromiografia é usada para testar a velocidade de condução nervosa e para pesquisas cinesiológicas, sendo os eletrodos de superfície geralmente considerados adequados para monitorar grandes músculos superficiais ou grupos musculares. No entanto, não são considerados seletivos o suficiente para registrar com precisão a atividade de uma unidade motora isolada ou de pequenos músculos ou músculo profundo. Os eletrodos de superfície podem ser classificados como monos polares e bipolares. Mono polar, um eletrodo sobre o feixe, muscular de interesse e outro num ponto não afetado pela atividade deste feixe, então se mede a diferença de potencial entre os dois pontos. A diferença de potencial entre os dois eletrodos é registrada através de um amplificador diferencial. O terceiro eletrodo é utilizado para terreamento do paciente. O sinal registrado representa a soma dos potencias individuais produzidos por todas as fibras nervosas ou musculares ativadas (SANTANA et al, 2013).
Com o uso da EMG é possível analisar um grupo muscular ou um determinado feixe muscular, captando de quais fibras musculares provem os sinais, assim como o tempo de duração e a intensidade. Desta forma, a EMG proporciona também o estudo da velocidade de propagação dos potenciais de ação das unidades motoras (PAUMs), o que, no tecido humano, dependerá do diâmetro das fibras musculares e da distância entre estas, ou seja, da disposição geométrica das fibras musculares em cada unidade motora (UM), para o sinal eletromiográfico, a amplitude do potencial de ação vai depender do local de captação do sinal e das propriedades de filtragem dos eletrodos utilizados (NODA et al, 2014).
O eletromiógrafo registra a atividade elétrica presente no músculo em contração a qual é decorrente da ativação neuromuscular. Esse registro é importante, uma vez que permite verificar o comportamento eletro fisiológico do músculo em diferentes condições fisiológicas, levando-se em consideração alguns aspectos tais como a temperatura corpórea, idade, sexo e esforço (SANTANA et al, 2013).
Esse instrumento tem sido cada vez mais usado em pesqui­sas científicas, porém ainda falta consen­so sobre vários aspectos na sua utilização. Posicionamento do sensor e do paciente, número de contrações de fibras fásicas, tempo de contração de fibras tônicas, ne­cessidade de avaliação concomitante de musculatura sinergista e possibilidade de utilização em situações especiais ainda devem ser padronizadas (RESENDE et al, 2011).
As aplicações da Eletromiografia de Superfície em atletas são amplas, a maioria das publicações concentra o destino da técnica para o estudo da fadiga muscular localizada, estando o segundo maior campo de utilização da técnica no estudo da produção de força muscular. Vários autores têm estudado a função muscular mediante a Eletromiografia de Superfície em situações de lesões musculares, demonstrando ser o eletromiógrafo um instrumento que apresenta evidência e respaldo na comunidade científica e, desta forma, incentivando o desenvolvimento de maiores estudos acerca da ativação muscular em atletas  

REFERÊNCIAS
BARROSO, G. C; THIELE, E. S. Lesão muscular nos atletas. Revista brasileira de ortopedia, n.45, v.4, 2011, p.354-358.
MARTINS, C. N; TAROUCO, C. P; MARTINS, D. G; SIGNORI, L. U. Eletromiografia do reto femoral em diferentes equipamentos proprioceptivos no meio aquático. Revista brasileira de medicina do esporte, v. 20, n.4, jul.-ago, 2014, p.289-293.
NASCIMENTO, G. K. B. O; CUNHA, D. A; LIMA, L. M; MORAES, K. J. R; PERNAMBUCO, L. A; REGIS, R. M. F. L; SILVA, H. J. Eletromiografia de superfície do músculo masseter durante a mastigação: uma revisão sistemática. Revista CEFAC, v. 14, n.4, jul.-ago, 2012, p.725-731.
NODA, D. K. G; MARCHETTI, P. H; VILELA JÚNIOR, G. B. A Eletromiografia de Superfície em estudos relativos à produção de força. Revista CPAQV, v.6, n.3, 2014.
PURIM, K. S. M; TISKI, A. C. K; BENTO, P. C. B; LEITE, M. N. Lesões desportivas e cutâneas em adeptos de corrida de rua. Revista brasileira de medicina do esporte, v. 20, n.4, jul.-ago, 2014, p.299-303.
RESENDE, A. P. M; NAKAMURA, M. U; FERREIRA, E. A. G; PETRICELLI, C. D; ALEXANDRE, S. M; ZANETTI, M. R. D. Eletromiografia de superfície para avaliação dos músculos do assoalho pélvico feminino: revisão de literatura. Fisioterapia e Pesquisa, v. 18, n.3, São Paulo, jul.-set, 2011, p.292-297.

SANTANA, G. H J; BAZAN, M. A; RIGATTO, P. N. Avaliação de força do quadríceps em eletromiografia em atletas do futsal masculino com idade entre 20 e 24 anos. Mundo Livre, Lins, ago. 2013.

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