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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O USO DE FOTOBIOMODULAÇÃO COM LED NO PROCESSO DE REPARO TECIDUAL


                                                                    Raimundo de Barros Araújo Júnior

            As doenças cardiovasculares (DCV) representa importante problema de saúdepública, sendo a principal causa de mortalidade no Brasil. Dentre as DCV, a doença arterial coronariana (DAC) é a que tem grande prevalência e é a maior causa de morbi mortalidade. O tratamento padrão ouro para a DAC é revascularização do miocárdio, procedimento cirúrgico que apresenta risco de complicações (infecção incisões).Na vanguarda da pesquisa o uso de fotobiomodulação através do LED (Light EmittingDiode) tem se destacadopara cicatrização tecidual.
Atualmente a DCAé a principal causa de morbidade e mortalidade mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2003) e Associação Americana do Coração (AHA, 2004) estima-se que 16,7 milhões no mundomorrem de doenças cardiovasculares a cada ano.No Brasil, a DAC é responsável por aproximadamente um milhão de internações e por 25% das mortes ocorridas anualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, representando elevados custos sociais e econômicos (OLIVEIRA, 2010).
Analisando os dados SIH/DATASUS (Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde), entre 2005 e 2007 foram realizadas 63.529 cirurgias de revascularização do miocárdio em 191 hospitais brasileiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com os estudos de Piegas et al. (2009). Trata-se de um procedimento de alta complexidade o que requer grande nível de especialização de toda a equipe que realiza o procedimento, bem como estrutura física adequada e tecnologia avançada. Estima-se que, no Brasil, a mortalidade após a cirurgia de revascularização do miocárdio, realizadas pelo SUS, seria de 8%.
A revascularização do miocárdio como terapêutica para DAC é utilizada há mais de 40 anos ( Garland, 2003), tem como objetivo aumentar sobrevida, melhora sinais e sintomas, levando ao paciente melhor qualidade de vida. Apesar de todos os avanços com os cuidados pós operatórios, ainda há uma incidência importante de complicações que aumentam a morbidade e mortalidade, comprometendo o sucesso do tratamento, sendo a deiscência da sutura da esternotomia e safenectomia complicações presente em aproximadamente 10% das intervenções cirúrgicas, decorrem da falha no processo de cicatrização dessas incisões.
Atualmente visando uma melhor cicatrização tem-se utilizado a fotobiomodulação com LED como recurso terapêutico no processo de cicatrização, o que levaria há uma diminuição do número de complicações e consequentemente na mortalidade.
LED é um diodo semiconductor (junção P-N) que quando polarizado diretamente emite luz visível.A terapia com LED envolve mecanismo de fotomodulação sem tempo de inatividade, promovendo tratamento um tratamento seguro e indolor. Segundo a “qualquer dispositivo semicondutor, que pode ser feito para produzir radiação eletromagnética por recombinação radiativa na faixa de comprimento de onda de 180 nm a 1µm, produzido principalmente pelo processo de emissão espontânea”. O comprimento de onda é o fator determinante para a obtenção máxima das respostas fotoquímicas, a absorção da luz por distintas moléculas de tecidos é específica à radiação do comprimento de onda. Entretanto, a absorção do espectro no nível da célula ou tecido é amplo por serem composta de muitas e também diferentes moléculas. Outro elemento crucial existe entre o comprimento de onda e a profundidade de penetração da luz.
Existem poucos estudos sobre a profundidade de penetração real LED na literatura, por conseguinte utilizamos os conhecimentos provenientes do LASER de baixa potência. Assim sabemos que a penetração esta diretamente relacionada com o comprimento de onda, ou seja, quanto menor comprimento menor penetração na faixa que atuamos. O LED é um dispositivo que emite luz não coerente diferente do LASER, porém coerência não desempenha papel essencial na interação laser tecido.
A intensidade é também importante e os LEDs são ideais neste respeito. Sendo a terapia com LED eficaz, não invasivo, indolor e livre de efeitos colaterais, fácil de aplicar e bem tolerado.
Seus efeitos fisiológicos são decorrentes da cascata de sinalização celular desenvolvido pelo estímulo luminoso que ocasiona mudança na homeostase celular, alterações na ATP ou níveis de AMP cíclico, modulação da síntese de DNA e RNA, modificações na permeabilidade da membrana, alcalinização do citoplasma e despolarização da membrana celular, resultando numa sequência de eventos essenciais para o processo de cicatrização de ferida, e outras respostas favoráveis como aceleração do processo inflamatório, reabsorção edema e regeneração nervosa.
A fotoestimulaçãodo processo de cicatrização pode ser mediada por aumento da proliferação de fibroblastos, metabolismo celular reforçada, maior síntese de colágeno e transformação de fibroblasta em miofibroblastos. Na dor há uma diminuição devido à liberação substâncias envolvidas na analgesia, como endorfinas, óxido nítrico de prostaglandina, serotonina, além disso  há diminuição da inflamação, aumento da circulação sanguínea e redução da excitabilidade nervosa.
            Diante de todos os benefícios da fotobiomodulação por LED no reparo tecidual, e das sérias complicações decorrente das infecção em sítios cirúrgicos levando ao aumento da morbimortildade dos pacientes , é importante que se avalie em estudos clínicos a resposta do uso do LED no processo de cicatrização e prevenindo complicações.

1.    AGNE, J.E. Eu sei eletroterapia.Santa Maria: Pallotti, 2009.
2.    FERREIRA-GONZÁLEZ, I. The epidemiology of coronary heart disease. Revista española de cardiología (English ed.), v. 67, n. 2, p. 139–44, 2014.

3.    BAPTISTA, I. M. DE C.; CHAVANTES, M. C.; DALLAN, L. A. DE O.; STOLF, N. A. G. Laser de Baixa Intensidade: Nova Tecnologia para os Enfermeiros na Cicatrizaçao Pós-Esternotomia. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, v. 19, n. 1 Supl A, p. 3–8, 2009.

4.    GARLAND, R. et al. A retrospective audit of long-term lower limb complications following leg vein harvesting for coronary artery bypass grafting. Eur J Cardiothorac Surg. v.23, n.6, p. 950-955, 2003.
5.    IGLEZIAS, J.C.R. et al. Preditores de mortalidade hospitalar no paciente idoso portador de doença arterial coronária. RevBrasCirCardiovasc, v.16, n.2, p.94-104, 2001.
6.    OLIVEIRA, E. L. DE; WESTPHAL, G. A.; MASTROENI, M. F. Características clínico-demográficas de pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio e sua relação com a mortalidade. Revista Brasileira De Cirurgia Cardiovascular, v. 27, n. 1, p. 52–60, 2012.



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