A maneira mais comum de se estudar o controle postural é avaliar o comportamento do corpo durante a postura ereta quieta. A avaliação pode ser tanto qualitativa, pela observação, como quantitativa, com o auxílio de instrumentos de medição, como o estabilômetro (NOZABIELI et al, 2012).
O equipamento dispõe de uma plataforma de força onde
pode ser analisado o deslocamento do centro de Pressão (CP) no plano ou
decomposto nas direções ortogonais antero-posterior e lateral. É um instrumento
de medida sobre o qual os sujeitos permanecem em pé durante os experimentos. A
variável mais comum para analisar as oscilações corporais é a posição do CP, o
ponto de aplicação da resultante das forças agindo na superfície de suporte. O
deslocamento do CP representa uma somatória das ações do sistema de controle
postural e da força de gravidade (VIEIRA e OLIVEIRA, 2006; CHIARI, ROCCHI e
CAPPELLO, 2002).

A plataforma de força consiste em uma base rígida
recoberta por 2.704 (dois mil setecentos e quatro) sensores capacitivos de
pressão de 7,62×7,62 mm. Esse equipamento é composto de um conversor A/D de 16
bits, com frequência de amostragem de 150 Hz. A plataforma é conectada a um
microcomputador e os dados analisados por um programa específico (BARCALLA et
al, 2011).
Nestas análises são capturados os deslocamentos do Centro de Gravidade
do indivíduo projetado na plataforma de força. Durante a avaliação a avaliação,
os sujeitos permanecem em postura bípede, descalços, apoio bipodal, no centro
da plataforma, pés apontados para frente e largura da base de apoio não pode
ser superior à largura dos quadris. O tempo médio de aquisição de dados na
plataforma é de 30 segundos. A partir dos dados filtrados, um conjunto de
parâmetros estabilométricos é estabelecido e as seguintes variáveis
determinadas a partir do software utilizado: a amplitude de oscilação do CP no
eixo médio-lateral e no antero-posterior, a área de deslocamento e a velocidade
média quadrática (antero-posterior e médio-lateral) (ZAMMIT, MENZ e MUNTEANU, 2010).
O sistema gera um arquivo de texto plano com os valores lidos. Estes
valores estão organizados em matrizes. Cada matriz presente no arquivo gerado
pelo sistema pode ter 52 linhas e 52 colunas refletindo a pressão exercida em
cada um dos 2704 sensores da plataforma naquele momento. O número de matrizes
varia de acordo com a frequência de amostragem e o tempo que o paciente
permanece sobre a plataforma (VIEIRA e OLIVEIRA, 2006; NOZABIELI et al, 2012).
Tal ferramenta torna-se importante quando aplicada com a finalidade de
se estudar a distribuição das cargas em condições ortostáticas,analisar a transferência dinâmica da
carga durante a fase do passo, captação de áreas de pressão do pé, comparação
dos resultados das terapias efetuadas ao longo do tempo e auxílio na confecção
das órteses plantares.
REFERÊNCIAS
-BARCALA L, COLELLA F, ARAUJO M C, SALGADO A
S I, OLIVEIRA C S. Análise do equilíbrio em pacientes
hemiparéticos após o treino com o programa Wii Fit. Fisioter Mov. 2011
abr/jun;24(2):337-43
-CHIARI L, ROCCHI L,
CAPPELLO A. Stabilometric parameters are affected by anthropometry and foot
placement. Clin Biomech (Bristol, Avon). 2002;17(9-10):666-77.
- NOZABIELI A J, MARTINELLI A R, MANTOVANI A M, FARIA C R,. FERREIRA D M,
FREGONESI C E. Análise do equilíbrio postural de indivíduos diabéticos por meio
de baropodometria. Motricidade, 2012, vol. 8, n. 3, pp. 30-39.
-VIEIRA
T M M, OLIVEIRA L F. Equilíbrio postural de atletas remadores. Rev Bras Med
Esporte, Vol. 12, Nº 3 – Mai/Jun, 2006.
-ZAMMIT G V, MENZ H B, MUNTEANU S H. Reliability of the TekScan
MatScan(R) system forthe measurement of plantar forces and pressures during
barefoot level walking in healthy adults. Journal of Foot and Ankle Research
2010; 3.
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